O teremim e
o movimento futurista
Com o final
da Primeira
Guerra Mundial os
primeiros avanços foram no sentido de tornar os equipamentos mais económicos e
compactos. Uma dessas invenções foi o teremim, desprovido de teclado, munido de
dois detectores de movimento que controlavam o volume e a altura do som a partir do
movimento livre das mãos do executante. Um outro exemplo de instrumento é o Ondas Martenot, inventado em 1928 por Maurice Martenot e usado em obras como
"Turangalîla" e "Trois Petites Liturgies" de Olivier Messiaen. Mais tarde surgiram instrumentos polifónicos como o Givelet e o órgão
Hammond, cujos
potenciais foram imediatamente reconhecidos e explorados. O Givelet tinha a
capacidade de ser programado, o que foi mais tarde largamente ultrapassado
pelos sintetizadores e pelos computadores que viriam a surgir cerca de 25
anos mais tarde. Produzido por Laurens Hammond a partir da fundação de sua empresa
em 1929, o órgão Hammond era baseado nos
princípios do telarmónio junto com outras tecnologias como as primeiras
unidades de reverberação.
O movimento futurista, iniciado na Itália pelo poeta Filippo Marinetti, rapidamente expandiu-se pela Europa, na defesa da liberdade da expressão artística, que se
revelou na música pela utilização de técnicas de produção sonora não
convencionais até então, dando-se valor ao que é considerado
"barulho". Luigi
Russolo propôs, na década de 1910, em The Art of Noises, a
composição musical a partir de fontes sonoras do meio ambiente, na busca da
variedade infinita dos ruídos. O efeito prático desta proposta foi a construção
de instrumentos produtores de ruído como o Intonarumori. O primeiro concerto da série The
Art of Noises ocorreu em 21 de abril de 1914, e em junho concertos similares ocorreram em Paris.
O compositor
francês Edgard
Varèse, foi
pioneiro na exploração de novos conceitos de expressão musical. A sua técnica
de instrumentação revelava um ruptura com a escola vigente no Conservatório
de Paris, quebra
essa absolutamente necessária para a aceitação de fontes electrónicas na
composição musical. O conceito de análise e de "regenese" dos sons
foi explorado por Varèse na sua obra instrumental, obrigando-o a utilizar os
instrumentos como componentes de massas sonoras de diferentes timbres, densidades e volumes. As aspirações de Varèse no campo da música
electrónica foram bloqueadas por razões financeiras e pelo deficiente apoio que
recebeu. As obras teóricas de Thérémin, inventor do instrumento com o mesmo
nome, debruçavam-se sobre os princípios analíticos na música, de forma
sistemática e científica, antecipando a metodologia da composição de música
electrónica.
Na França,
um dos instrumentos eletrônicos mais famosos são as ondas Martenot, inventadas em 1928 por Maurice Martenot, e desenvolvidas para reproduzir os
sons microtonais encontrados na música hindu. Após demonstração por Maurice em
Paris, compositores começaram a utilizar o instrumento. Já o trautônio também foi inventado em 1928, e em 1940 Richard Strauss o utilizou.
Essa nova classe de instrumentos microtonais por
natureza foi adotada lentamente pelos compositores, mas, a partir do início da
década de 1930, houve um aumento substancial de novos trabalhos incorporando
esses e outros instrumentos eletrônicos.
Um modelo das Ondas Martenot
Fonte: Wikipédia
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